AS PATAS DIANTEIRAS DO MEU CÃO FALHAM

Os problemas de mobilidade podem ter diversas origens e prognóstico. Consoante a idade do animal e o seu historial, podemos fazer uma aproximação, mas será sempre imprescindível que um veterinário examine um animal que apresenta dificuldade de mobilidade no terço anterior.

O aparecimento destes problemas de mobilidade pode ser repentino, como pode acontecer após um impacto ou progressivamente, se falarmos de doenças degenerativas.

Além da forma de aparecimento, é preciso considerar que tipo de problema temos, se o animal não se consegue levantar, se for um ligeiro coxeio, se for pior quando acaba de se levantar, será muito importante determinar em que momento apareceu, de que forma e como afeta o dia-a-dia.

Alguns dos motivos mais frequentes pelos quais aparecem estes problemas são:

Traumatismo, pode ser desde um ligeiro coxeio pela dor do impacto ou hematoma em dias posteriores, até uma fratura óssea ou de ligamentos, por isso, após detetar um problema de mobilidade, o melhor é ir ao vosso veterinário de confiança o quanto antes, para aliviar a dor ou tratar as possíveis fraturas.

Doenças infecciosas, em cachorros, animais sem vacinar ou animais que sofreram parasitações por carraças, é muito mais provável, mas podem aparecer em animais vacinados ou desparasitados. A esgana e a Ehrlichia (transmitida por carraças) são as doenças mais frequentes que podem ocorrer paralelamente com estes sintomas, mas não são as únicas. O aparecimento de problemas de mobilidade pode estar associado a outros sintomas como tremores, apatia, febre, secreção nasal, entre outros.

Problemas musculoesqueléticos, doenças como a artrose, calcificação de ligamentos, doenças autoimunes que afetam a musculatura e problemas de coluna são algumas das possíveis origens para uma falha de mobilidade nas patas dianteiras, exigirão uma exploração traumatológica e possivelmente exames associados como radiografia, ecografia, ressonância ou TAC.

Doenças metabólicas, como a diabetes, hipo e hipertiroidismo. Para chegar a um diagnóstico de qualquer doença que ocorra paralelamente com problemas de mobilidade, é necessário realizar bastantes análises e, por vezes, será imprescindível que o animal fique internado para o manterem estável até se encontrar o tratamento adequado.

Tumores, é possível que a presença de tumores ocorra paralelamente com problemas de mobilidade, estes podem localizar-se tanto a nível do cérebro, como da espinal medula ou nas próprias extremidades.

Problemas neurológicos, doenças que ocorrem paralelamente com dano do sistema nervoso como, por exemplo, as doenças infecciosas das quais já falámos, doenças degenerativas que afetem os nervos como a mielopatia degenerativa, problemas a nível cerebral (derrames, traumatismos ou infeções), danos a nível da coluna ou dos plexos braquiais (o conjunto de nervos que vão desde a espinal medula até às extremidades), uma intoxicação (seja acidental ou provocada),

Qualquer destes problemas pode ser o motivo de o nosso companheiro ter problemas em deslocar-se ou em usar as patas dianteiras normalmente. O melhor é contactar um bom especialista e seguir as indicações do tratamento recomendado. Por vezes, o prognóstico não é propriamente animador, mas devemos ser otimistas e fazer tudo o que for possível para que a qualidade de vida do nosso companheiro seja a melhor que possamos oferecer-lhe.

María González Sola.
Cofundadora do Refugio la vida color Frambuesa e responsável pelas consultas veterinárias da VeggieAnimals.