CÃES COM MAU HÁLITO

O seu cão cheira mal da boca? Não deixe, vá ao veterinário o quanto antes.

O mau hálito é um sintoma de um problema oral, digestivo ou causas mais graves como insuficiência renal, por isso, deve-se diagnosticar a sua origem, assim, poderemos tratá-lo ou evitar que piore.

Causas de mau hálito em cães:

•    Uma alimentação inadequada, as rações de má qualidade contêm aromatizantes e aromas artificiais que se podem refletir no hálito dos nossos companheiros, além de serem alimentos que favorecem a acumulação de tártaro e problemas digestivos, flatulências, fermentações, etc. SOLUÇÃO: dar uma alimentação ótima, natural e com ingredientes de qualidade como a VeggieAnimals.

•    Má higiene, acumulação de tártaro, os cães pequenos e de raças baixas costumam ter mais problemas orais, embora outras raças e cruzados possam também sofrer de problemas de acumulação de tártaro e gengivite, alguns cãezinhos começam com problemas quando são mais velhos por peças que se movem ou infetam. SOLUÇÃO: controlo anual com o veterinário para ajudar a tratar, seja com limpezas em casa, acrescentando produtos ao seu alimento que ajudam a manter a saúde oral, seja com limpezas orais na clínica*.

•    Infeções na garganta, podem derivar de problemas virais ou bacterianos, traumatismos (lesões na garganta ao brincar com paus, por exemplo), ou tumores que infetem. SOLUÇÃO: um veterinário deve examinar bem a zona, pode ser preciso recolher uma amostra, e deve prescrever um tratamento, no caso de tumores, pode ser necessário recorrer à cirurgia.

•    Problemas digestivos, uma gastrite, insuficiência hepática ou outros problemas digestivos podem produzir odores desagradáveis no hálito, além disso, pode estar acompanhada de vómitos, diarreias e/ou perda de apetite. SOLUÇÃO: Ir ao veterinário para, através da exploração, radiografias ou ecografia, encontrar o problema e ajudar a tratá-lo.

•    Infeções respiratórias, qualquer processo infeccioso é suscetível de produzir mau cheiro, portanto, se tivermos problemas no aparelho respiratório, seja nas vias aéreas inferiores (bronquite, pneumonia, etc.), seja nas vias aéreas superiores, podem produzir mau hálito. SOLUÇÃO: tanto se estiver acompanhado de dificuldade respiratória, tosses ou espirros como se simplesmente tivermos um mau hálito como sintoma, o ideal é ir ao veterinário para localizar a infeção e prescrever medicação.

•    Doenças sistémicas, a diabetes ou a insuficiência renal, geram uma série de substâncias que se acumulam no sangue dos nossos companheiros produzindo odores fortes no hálito. No caso da diabetes, é um cheiro frutado devido aos elevados níveis de açúcar no sangue, costuma estar acompanhado de uma ingestão elevada de água e comida e xixis muito grandes, inclusive, incontinência. No caso dos problemas renais, o odor é pela acumulação de ureia, podendo o cheiro recordar-nos de certo modo a urina, o problema renal costuma estar acompanhado de aumento de sede, aumento da quantidade de urina e, por vezes, problemas digestivos. SOLUÇÃO: fazer análises ao sangue que nos indiquem a gravidade da doença para iniciar o tratamento indicado o quanto antes.

QUANDO DEVO PREOCUPAR-ME COM A SAÚDE ORAL?

Se nos centrarmos na halitose produzida meramente na cavidade oral, que é a mais frequente, devemos preocupar-nos desde o nascimento do cachorro ou desde o primeiro momento em que o cão chega à nossa família.

Em cachorros, a mudança de dentes e a posição correta dos definitivos são muito importantes, isto acontece por volta dos 4-5 meses, para que isto ocorra da melhor forma, a alimentação deve ser equilibrada, ter brinquedos para morder e brincar, e fazer revisão no veterinário por volta dos 5-6 meses para nos assegurarmos de que correu tudo bem, não há dentes de leite persistentes nem dentes definitivos mal posicionados.

Uma dentição que não está perfeitamente posicionada pode dar lugar a depósitos de tártaro e desgaste desigual das peças dentárias por má oclusão.

Se o cãozinho for de raça pequena ou braquicéfala, a acumulação de tártaro começará em idades precoces, por vezes, com apenas 2-3 anos, surgem problemas graves, por isso, nada melhor do que a prevenção com revisões periódicas.

Se o seu companheiro for propenso a padecer de problemas de higiene oral, pode consultar o veterinário sobre produtos para realizar lavagens em casa ou juntá-los à ração, se se habituar desde o primeiro momento que está connosco a vermos e tocarmos na boca, e associarem isso a algo positivo ou não lesivo, será mais fácil.

Para as raças ou cruzados de porte maior, recomendamos igualmente começar a fazer revisões de saúde oral a partir dos 3 anos. Bastará o veterinário dar uma vista de olhos e informá-lo do seu estado, e para o seu companheiro pode fazer a diferença de entre chegar aos 10 anos com todas as peças dentárias em bom estado ou chegar com uma infeção terrível que se pode espalhar para os ouvidos, o estômago ou coração, e ter de ir para o bloco operatório com um estado de saúde mais delicado para uma cirurgia mais complexa.

Uma limpeza oral numa clínica veterinária implica anestesia, intubação e um tratamento específico para eliminar o tártaro e proteger o esmalte. É provável que seja necessário extrair alguma peça no processo se houver problemas de tártaro ou infeções, ou recolher alguma amostra de tecido se for detetada alguma massa nas gengivas, na boca ou garganta. Pode assustar ouvir tudo isto, mas são processos que se realizam muito frequentemente e são muito seguros, e passar por isso melhora muitíssimo a qualidade de vida dos nossos companheiros.

Um animal com uma dentição doente, com peças que se movem, infeções, etc. não tem uma qualidade de vida digna e é um ato cruel permitir que esta situação se prolongue no tempo.
Se o nosso companheiro tiver uma idade avançada, esta limpeza oral implicará um exame exaustivo do seu estado de saúde para adaptar a anestesia e realizar a limpeza com a maior segurança anestésica possível, mas a idade não é uma doença e os problemas orais, além de serem dolorosos, podem provocar doenças muito mais graves.

LEMBRE-SE! Se o seu companheiro se aproximar de si um dia, lhe der uma lambidela e o seu alarme de cheiro desconhecido disparar, o melhor é ir ao veterinário e poder atuar o mais rápido possível«.



María González Solà.
Co-fundadora do Refúgio La Vida Color Frambuesa e responsável pelas consultas veterinárias da VeggieAnimals.