Por que é que o laser não é um brinquedo adequado para um gato?

O gato, um predador natural tal como seu parente mais próximo, o tigre, tem instintos naturais: espiar, perseguir e caçar a sua presa. Os brinquedos com que se possa realizar esta sequência são os mais adequados para eles, mas e o famoso laser? É um bom brinquedo para o gato? A resposta é “não”, não é apropriado para o nosso amigo.

Com este “brinquedo”, o animal não pode terminar a sequência de que falámos e podemos criar-lhe frustração sempre que tentar caçar e não conseguir. Em alguns casos, podemos até criar um comportamento compulsivo em que o gato chega a ver luzes e sombras e, assim, criar-lhe ansiedade crónica. Mas não é só isso, também podemos criar mudanças no seu comportamento, danos nas suas retinas e, evidentemente, acidentes.

É por isso que deixaremos este tipo de brinquedos de lado e permitiremos esse comportamento natural com brinquedos como:

•    A já conhecida cana com penas.

•    Brinquedos de esparto que lançaremos para lhes oferecer a sequência de caça completa, e, se for desse material, pode-se atirar a si mesmo arranhando as unhas.

•    Peluches com ou sem odores dentro, estimulá-los-ão também a nível olfativo.

•    Brinquedos de percurso:  podemos criar um percurso com brinquedos como túneis com peluches e ratinhos de esparto dentro para que o nosso companheiro possa fazer exercício e diminuir os riscos de obesidade.

•    Brinquedos interativos ou de inteligência: têm como finalidade exercitar o gato cognitiva e olfativamente. Há de muitos tipos, como dispensadores de comida ou outros com bolinhas que se deslocam de um lado para o outro.

Este tipo de brinquedos, não só permitirão ter o comportamento de caça com recompensa, mas também, ao brincar consigo, poderão melhorar a relação. O gato não é um animal solitário, pelo contrário, é um ser social que se divertirá a partilhar momentos de brincadeira consigo.

Um gato estimulado cognitiva e fisicamente é um gato com um nível de bem-estar alto e é muito importante mantê-lo ativo em casa, ainda mais se o gato não sair à rua.

Será importante também dar-lhe acesso às janelas com torres para gatos juntamente com os respetivos arranhadores e oferecer-lhe um espaço tridimensional com plataformas com diferentes níveis com lugares cómodos para poder dormir ou esconder-se.

Alba Serrano, psicóloga canina e felina e Mestre em Etologia Clínica pela UAB, @enlamentedelosanimales.